Hiper Badotti 93017
05/05/2023 às 08:48
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“Tia, tira essa coisinha preta de perto de mim”!

Indiretas
Por: Joimara S.Camilotti
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Se eu não tivesse ouvido a frase da própria “tia”, juro que ia custar acreditar, mas infelizmente é mais uma das verdades que achamos que não acontece na nossa Campina.

A meia dúzia de palavras, carregadas de muito preconceito foram ditas por uma criança. A criança branca, não admite ficar próxima de uma criança negra, logo em uma cidade colonizada por brancos e que nos últimos tempos vem sendo berço de muitos descendentes de pele negra.

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Quando achávamos que estávamos livres da discriminação, do preconceito da cor, somos apunhalados pela verdade de uma simples e indefesa criança que, de alguma forma, aprendeu a não reconhecer o seu semelhante e a querer deixa-lo perto, simplesmente porque a cor da pele não é igual a sua.

O que será que essa criança viu em casa? Na escola? Na rua? Com quem aprendeu que não é legal ficar perto de preto? Quem é que vai ensinar para ela que isso não é correto?

Eu sou preta, filha de preto e ninguém na escola, na igreja, no trabalho ou no grupo de amigos me deixou de lado devido a minha cor da pele, ao menos que eu tenha percebido. Desde pequena ouço relatos de quem sofreu muito por não ter a cor da pele igual a da grande maioria. Por viver longe dos grandes centros, cheguei até pensar que aqui essas coisas não aconteceriam com tanta carga de “repudio”, como o pensamento da criança que citei logo acima.

Estamos preparados para combater o preconceito? Para defender um semelhante? Para conter as duras palavras que podem sair da boca de qualquer um?

Os primeiros pretos que chegaram em Xanxerê, sofreram um bocado para conquistar seu lugar e mostrar que eram tão capazes como qualquer outro cidadão xanxerense. Os pretos que aqui ainda estão, são exemplos de trabalho e de muito esforço para “provar” que a cor da pele não muda em nada o caráter, dignidade ou o desempenho de uma pessoa.

Até podemos pensar que perto de nós esses pensamentos e olhares tortos não acontecem, mas temos a prova de que infelizmente há sentimentos que perpetuam nas famílias e, se não forem contidos, só se espalham.

Que possamos ensinar nossos filhos que a cor da pele é só a cor da pele. Lembrá-los de que muita gente sofreu, foi escravizado, torturado e até perdeu a vida por não ser branco ou da mesma nacionalidade.

Sejamos atentos e auspiciosos para conter essa praga que se chama preconceito racial e que, infelizmente, ainda está viva em nossa sociedade.

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