Não tem como não chamar a atenção: mais uma vez os brasileiros estão vendo a redução de casos da Covid e outra vez os mesmos (muitos) brasileiros começam a dizer que a Pandemia acabou. Enquanto isso países de primeiro mundo, com mais vacina, com ministério da saúde que não tem militares, e principalmente em países governados por um presidente “normal” volta-se a apertar as medidas restritivas, com medo na variante beta, que assusta porque mata mais! Países com a organização e a seriedade de um Japão, e outros, voltaram a arroxar as medidas preventivas. Lá ninguém usa tratamento precoce… e proporcionalmente tem menos mortos que o Brasil…
No final de semana, festas de baixas e altas “soçaites” do Rio, São Paulo e outras capitais mostraram o esperado: Todo mundo aglomerando, festando até com dupla sertaneja contratada, e fazendo o possível para lotar as UTI’s todas, o quanto antes! Uma rica festeira reagiu xingando e mandou a Guarda Municipal ir “pra favela”! Além de desacato à autoridade é preconceituosa: Acha que a favela tem pessoas piores que ela e que seus amigos. E nem foi presa: Deve ser “gente do bem”! E da grana. Ingressos: R$ 1.000,00 para mulheres, R$ 1.600,00 para homens…
Interessante foram as explicações da dona da festa e da dupla sertaneja, depois que a Guarda Municipal acabou com o auê. A dupla disse inocentemente que fora contratada para uma celebração de aniversário e que não sabia de aglomeração nenhuma, mas mesmo assim fez o show. Já a promotora do show deu um show maior ainda ao se explicar: Disse que a festa estava marcada para se encerrar as 11 da noite, mas – acreditem – que ninguém quis ir embora!!! Tem umas pessoas hoje em dia que eu gostaria de conhecer pessoalmente. Para perguntar onde tem, para vender uma cara de pau igual!
A verdade que muitos já ‘captaram’ – e outros ainda não, é a de que a Pandemia será companhia dos humanos ainda por algum tempo. E vai matar e incomodar mais ainda em países ou lugares onde a população teimar e desafiar o tal Corona Vírus, que já mostrou: Não é de brincadeiras! As mutações que ele pode sofrer – e já sofreu, como mostra essa cepa batizada de Delta, surgida na Índia – alertam: Daqui há pouco ninguém pode garantir que não surja uma variante que “escape da vacina”. E, nesse caso, voltaríamos à estaca zero: Sem remédio e, de novo, sem vacinas. E é bem aí que “mora o perigo”.
Países como a Austrália, de primeiríssimo mundo, voltaram a arrochar as restrições, com medo de outra onda da Pandemia. E são países mais bem estruturados e sem governo que entope o Ministério da Saúde de militares, que entendem bulhufas de saúde pública. E menos ainda de Pandemias. Para completar e piorar, este nosso país tem boa parte de seu povo – uns 10% ou mais, segundo pesquisas – que acredita que a Terra é plana! Diante disso, resta, sempre ou quase sempre, estar preparado para o pior. Aliás, muito realista aquela velha sacada que diz: “Todo povo tem o governo que merece”!
As mudanças previstas e anunciadas para acontecer nos hábitos ‘de todo mundo’, com a Pandemia, às vezes parecem não existir. Mas só parecem. Nem que seja por ter que chorar a morte de um familiar ou ente querido – a pior experiência – o fato é que muitos negativistas e incrédulos, no início da pandemia, hoje mudaram de opinião e de atitudes, especialmente. Mas nem todos. É preciso entender – e lutar por isso, que, sempre, quanto maior o número de casos, maior a chance de surgirem novas variantes – o novo terror da Pandemia”!
Também gostaria de ver um esforço de estudiosos e especialistas em imunologia, principalmente, para explicar o seguinte, a milhares ainda pensando tudo errado e fazendo mais errado ainda: Sim, existem muitas pessoas que tomaram os tais medicamentos do “tratamento precoce”, e que não pegaram a Covid. Mas a maioria, ou talvez todos os que não pegaram, na verdade são pessoas que possuem um sistema imunológico eficiente, muito bom, acima da média. Assim, suas próprias defesas – e não as cloroquinas da vida – foram as barreiras que o impediram de pegar a doença! E aí outro perigo: Essas pessoas que não manifestam a doença – apesar de ter contraído o vírus – são os ‘temidos’ assintomáticos. Que devem ficar em casa, quando positivados, e cumprir quarentena, porque espalham o vírus, mesmo não estando doentes!
As defesas orgânicas ou imunológicas – que variam de pessoa para pessoa – explicam também um aparente “mistério” comum na Pandemia: pessoas contaminadas convivem com outras – nas mesmas condições, sabendo ou não da contaminação do outro – e simplesmente essas outras “não pegam” a Covid, mesmo sem tomar medicamento algum, porque têm boas defesas…. Outro exemplo é o das pessoas imunizadas com as duas vacinas que, mesmo assim, contraem a doença: O fato mostra que sua defesa orgânica, seu sistema imunológico é frágil, “não é nenhuma Brastemp”. E se não tivesse tomado as vacinas provavelmente estaria ainda pior. Em outras muitas viroses essa situação de conviver com infectado e não se infectar é comum. E a “cura” é atribuída ao próprio às defesas do organismo, e não a algum “remédio milagroso”, principalmente quando a Ciência diz que este remédio não tem chances de curar…
Tais alertas e mais informação, ou talvez campanhas de esclarecimento, ainda são necessárias à maioria da população, mesmo a estas alturas e mesmo aqui no Oeste e em Xanxerê. Especialmente quanto ao surgimento de novas variantes, a partir de números crescentes de novos casos de contaminados – o que recomenda, sempre, o uso da máscara e a prática de todas as demais restrições, por enquanto e ainda! Isso sim seria uma medida de grande alcance social, e uma inteligente e útil política sanitária preventiva, para que num futuro – ainda não muito próximo, possamos nos livrar da Pandemia. Ou, ao menos, não vermos nossas UTI’s lotadas, de novo!
E até seria uma bela oportunidade para alguma das Câmaras de vereadores da região, talvez, prestar um elogiável e relevante serviço comunitário, em conjunto com as prefeituras, ou clubes de serviço! Isso é claro, se as Câmaras de vereadores, e suas excelências, não estiverem lá muito ocupadas com aprovação de moções – de duvidoso e questionável interesse nacional ou estadual. Custava nada descer do trono, calçar as tais sandálias da humildade e dar uma olhada para o povão daqui mesmo, dar mais atenção para as necessidades locais, talvez.
Quirera Gourmet