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12/08/2020 às 07:56
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Quirera Gourmet – 12/08/2020

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho
Imobiliária Fabiano Santos 137876

Xanxerê não tem Diversão!

As pessoas reclamam que Xanxerê não oferece opções de lazer e diversão, especialmente para jovens, a bronca é justa. E muito antiga. Não tem mais sala de cinema há mais de 30 anos, boates nunca se mantiveram por muito tempo, e nem salão Paris, nem Boate Luana – casas noturnas famosas, que foram opção por décadas – existem mais. Agora com a proibição de aglomerações ficou pior: Nem festa na Cascata Manella pode-se fazer em paz, isso está proibido para conter a Covid19. Nas redes sociais e em conversas com jovens amigos essa reclamação é recorrente, há anos. E não raramente o culpado é o prefeito, a administração municipal. Aí você vai conversar com empresários que já tiveram boates, bares, restaurantes ou mesmo salões de baile – uma tradição oestina. E vai escutar deles respostas óbvias, do tipo: “Fechei porque estava no vermelho, deu prejuízo, ninguém vai”.

É a Grana!

É uma aparente contradição, um paradoxo. Quanto tem, ninguém frequenta, pouca gente vai? Na maioria dos casos deve ser verdade mesmo. E ninguém vai manter aberta uma empresa que dá prejuízo. Porém como toda contradição aparente, Freud explicava, ainda no século XX: ninguém vai por que são poucos os jovens que possuem dinheiro no bolso para gastar em lazer e diversão. E a minoria dos jovens que têm essa condição busca opções em Chapecó, ou no litoral catarinense. Cada um faz o que quer, onde quer e com quem quiser, ou puder, com o seu dinheiro. E a pouca grana para gastar em festas também é explicável: A cidade nunca teve a tradição de pagar ótimos salários. Paga salários baixos, ou apenas razoáveis e cansei de ouvir pessoas queixando-se disso. E nunca teve indústrias de médio ou grande porte. Mais: Quem trabalha hoje, usa o salário para pagar a faculdade, sobra nada, ou muito pouco, para gastar em diversão – que não é supérfluo, é necessidade, faz parte, que ninguém é de ferro…

Indústrias?

Essa situação vigora pelo menos desde a década de 1980, ou até bem antes. Com 50 mil habitantes (se tanto), até a poucos anos o maior empregador era a prefeitura municipal, e deve ser até hoje. Xanxerê sempre se ressentiu – e nunca conseguiu reverter essa realidade – da falta de empreendimentos industriais de médio ou grande pobre. No meu tempo de jovem xanxerense queixávamos que nunca se conseguiu instalar aqui um frigorífico – era o exemplo mais próximo, que gera sempre em torno de mil empregos, no mínimo. E isso, dizíamos, “jogaria” mensalmente dinheiro de salários que, em algum percentual, poderia alavancar empreendimentos, empresas locais, inclusive as de lazer e diversão. E há, hoje, outra observação não muito bem recebida, mas real: As maiores empresas, e/ou pessoas físicas bem-sucedidas em seus negócios, especialmente as ligadas à agricultura e pecuária, investem seu dinheiro em empreendimentos fora do Oeste, principalmente em terras no Centro Oeste, em áreas mais favoráveis às lavouras. Ou no litoral… E de novo, não cabem críticas: O dono do dinheiro é quem sabe onde é melhor investir…

Melhorou!

Hoje identifico por aí muitos adultos e até idosos que, na juventude, se queixaram da falta diversão e lazer na “Campina da Cascavel”. A ironia é que as críticas de hoje são as mesmas de 30 ou 40 anos atrás. Se procurar, garanto que encontro netos dos queixosos lá de 1970 mais ou menos, também dizendo a mesmíssima coisa: Xanxerê não tem diversão, não tem sequer um clube social que ofereça algum tipo de divertimento permanente. E a cidade também se queixa de não possuir muitos e bons restaurantes. É difícil, num domingo à noite, para citar o exemplo mais visível, encontrar um restaurante aberto. Mas no campo da gastronomia não podemos dizer que não houve evolução: Hoje, na área central da cidade existem pelo menos uns dez dos antigamente chamados “cachorrões”, hoje colonizados para o horrível nome de “Food Truck”. O pessoal estaciona geralmente uma caminhonete furgão, abre a lona e monta o acampamento. Muitos destes sobrevivem graças à outra famosa instituição xanxeriana: “A saída da faculdade”, matando a fome de estudantes da Unoesc e outras…

“Nem zona….”

Se eu tivesse uns vinte e poucos anos hoje, também estaria na bronca, talvez até mais que naquela época. Afinal como diz um amigo da minha idade, “hoje nem zona tem mais”! Mas hoje pelo menos não se ouve mais alguém se queixar do prefeito ou a prefeitura por não ter boates na cidade – e eu já ouvi isso muitas vezes, anos atrás. Estamos evoluindo! Certa vez, na mesa de bar, quase briguei por rebater crítica de que Xanxerê não tinha carnaval, e que o prefeito deveria dar um jeito nisso. Sem muita paciência nem disposto a argumentar, achei melhor chutar o pau da barraca e disse ao crítico, que se ele quisesse carnaval que fosse para o Rio de Janeiro, ou para Joaçaba, que fica mais perto. Coisa feia! Quase fechou o tempo. Mas sou da paz e ficou por isso mesmo. Mas há também um outro lado: nem todas, e muito menos que antigamente, existem hoje pessoas que sentem falta de baladas e “agitos” de virar a noite. O significado e as opções que cabem na palavra “diversão” mudaram e continuam mudando: cada dia mais –  e com a pandemia nem se fala –  as pessoas estão preferindo trazer o mundo para dentro de suas casas, via Internet e televisão, ao invés de sair para a rua ou para a gandaia, procurar diversão no mundão velho de Deus…

Horta Virtual!

Particularmente sinto falta de um barzinho com música (violão) ao vivo, ambiente tranquilo e amplo, com alguns quitutes ou ‘beliscos’ para acompanhar a também saudosa prática de “molhar a palavra” – mesmo que esta seja sem álcool. Mas também não fico triste nem reclamo toda-a-hora por isso. Tenho um violão em casa, e uma vez sabia tocar. Fazem uns seis meses que toda a semana anuncio que vou abrir o guarda-roupa, pegar o violão e voltar a praticar. Semana passada até abri o guarda-roupa e dei uma olhada nele. Mas aí tocou o telefone e não lembrei mais da viola. Mas essa semana vou me esforçar para, pelo menos, pegar o violão e sentar no sofá… A gente, quando não tem diversão – e antes de começar a reclamar, eu acho – podemos inventar a nossa própria diversão! Isso, muitas vezes custa nada, nem precisa ter uns trocos no bolso e muito menos sair para a rua. Outras diversões do meu quesito “lazer e diversão” são a leitura, e cuidar de uns vasos que instalei na sacada, minha “horta virtual”: Produz só verduras orgânicas, porém…virtuais! Mas é muito divertida. E não fico só nisso: tem ainda sentar o computador e escrever as tais “mal traçadas”, ou “Quireras”. Ou fazer palavras cruzadas – dizem que combate Alzheimer. Ou ligar para um amigo, trocar umas ideias, e saber quantos quilos engordamos na Pandemia. E tem outras opções, mas só para consumo interno… A gente sofre, mas se diverte, também! Tente, experimente!

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