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09/03/2021 às 07:12
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Quirera Gourmet – 09/03/2021

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho
Imobiliária Fabiano Santos 137876

E A Vida o Que é? Diga Lá Meu Irmão…

Ver a morte de perto… nestes dias, tal sensação não passa mais a impressão de algum grave acidente de trânsito do qual saímos ilesos. Na semana passada, em 24 horas, um casal de simpáticos velhinhos, vizinhos de apartamento, se foi, sem fazer alarde, sem avisar e em absoluto silêncio. Ela, logo após saber que seu marido, já acamado com diabetes e outras doenças, havia positivado no exame de Covid. E ele, sem saber de nada, também se foi, menos de 24 horas depois. Viveram a vida toda juntos, tiveram filhos e netos, trabalharam, foram felizes…viveram!

Até o Fim

Acompanhei a morte de meu pai, ao lado de sua cama, até minutos antes de ele ir para um lugar melhor. Ele ainda tinha momentos de clara lucidez, reclamou que estava nos dando “muito trabalho”… Mas nada que eu dissesse era capaz de fazê-lo mudar de ideia, certamente lia em nossas fisionomias o sofrimento por vê-lo agonizando. E a gente enxergava isso, nitidamente, mas aceitar, acreditar naquilo que estava bem ali na frente de nossos olhos, eu jamais consegui. Fiquei, até o fim, a espera de um milagre que o salvasse. Mas não teve milagre.

Um Sopro

A morte é a única certeza que temos, a rigor. Mas para mim é um grande mistério, também. Não por tanto pelas incertezas e possibilidades sobre o que existe realmente, após ela chegar. Mistério por pensar que em um determinado minuto, num centésimo de segundo, aquele sopro que nos manteve vivo por dezenas de anos simplesmente se foi, sumiu, desapareceu, parou de existir, como uma lufada de vento que bateu no rosto por alguns segundos, e depois se apagou.

A Eterna Juventude

A vida é mesmo um dom infinito, divino e mágico, inexplicável e completamente maravilhoso. A vida, ela mesma, é a coisa mais linda – e mais importante – de nossas vidas. Por séculos já, a Humanidade e seus cérebros mais avançados e inteligentes, têm procurado decifrar o mistério da vida. Chegamos a procurar, até a exaustão, a tal fonte da “eterna juventude”, que poderia prorrogar nossa existência contra os perigos, naturais ou não, que atentam contra a vida de todos nós…

Firma Reconhecida!

Também gosto de lembrar de Vinicius de Moraes, no “samba da benção”, onde ele ironicamente o poeta nos alerta sobre a brevidade da vida; “…mas não se engane, tem uma só. Duas mesmo que é bom, só com atestado passado no cartório do céu, assinado em baixo – Deus! E com firma reconhecida”! Com 67 anos recém completados venho, há uns cinco ou seis anos venho sendo tentado a pensar mais sobre minha humilde e quase incógnita presença aqui, no mundo dos vivos. Porque olhando para trás, não restam dúvidas: Já passei da metade…

Reta Final

Sem nenhum sentimentalismo, fatalismo e outros ismos, resta ser realista e assumir que estou na reta final…embora torça e me esforce para que esta reta seja muito longa, bem extensa ainda. E que a estrada que nos leva por ela esteja cheia de buracos e obstáculos, de forma que tenhamos que andar bem devagarzinho, muito lentamente, e com todo cuidado, para não apressar as coisas. Coisas que também começaram a ter outros significados, aos quais talvez não tenha dado, até agora, muita importância…. Como observar que com a morte da gente ou de pessoas conhecidas, próximas, a vida segue em frente. E faz de conta que nada aconteceu…

É Bonita e é Bonita!

Mas acontece, e nunca vou esquecer dos amigos e conhecidos que essa pandemia já levou embora. Ou mesmo de pessoas quase desconhecidas, como o simpático casal de vizinhos, que mal tive tempo de conversar um pouco mais, e com certeza ouvir belas histórias de vitórias conquistadas, sempre com muito esforço e dedicação. Todos, indistintamente, temos belas histórias vividas, que gostamos de contar e mais ainda de relembrar. E temos também momentos de indescritíveis angústias, medos e muito sofrimento. Mas é a vida… E é bonita, é bonita!

Aprender a Viver

“Viver a beleza de ser um eterno aprendiz” – como disse Gonzaguinha – é para mim uma das mais singelas e amplas definições da vida. Porque com qualquer idade e mesmo na reta final, sempre temos muito, ainda, a aprender. Aprendi, nesta Pandemia a respeitar e valorizar, muito mais do que sempre fiz, a vida como ela é. Desde a vida do mais errado projeto de cidadão, até aquele desconhecido e anônimo trabalhador humilde e sem estudos, que lutou a vida toda para dar aos seus filhos uma vida melhor que a que ele mesmo teve. E conseguiu!

Conquistas Valorosas

Também gosto de filosofar por aqui sobre as riquezas que conseguimos construir em vida, principalmente as que não se traduzem em bens materiais, dinheiro, confortos e sossego. Conseguir, por exemplo, fazer muitos queridos amigos, construir muito mais amizades que simples conhecidos, ou desafetos ou inimigos. E de ter conseguido, mesmo modestamente ajudar algumas pessoas em horas de grandes dificuldades, anonimamente, sem esperar absolutamente nada em troca, nem mesmo aquela imagem de ser uma pessoa fraterna e solidária. Estas conquistas não são para ostentar, penso eu. São para nos dar a serenidade e a paz interior de termos feito alguma coisa, mesmo que poucas, para ajudar outras pessoas.

De Bem Com a Vida

Viver. E não ter a vergonha de ser feliz – mesmo que alguém possa achar que sem dinheiro não se pode ser feliz – é um desses ensinamentos, eu acredito, que nos fazem ser pessoas dignas e orgulhosas da vida que levamos. Sem prejudicar ninguém, e especialmente podendo contribuir um pouquinho que seja, um mínimo, para tornar mais agradável a vida de que precisa de ajuda, e de quem merece ajuda! Dinheiro, poder, riquezas, mordomias, são coisas que podem ser muito boas. Mas nada supera a riqueza, de qualquer pessoa, de poder dizer que viveu “de bem com a vida”. Essa lição eu aprendi. E não tem dinheiro que pague!

Todos Temos Valor

Lembrei desse detalhe – de viver de bem com a vida – porque nos dias atuais é cada vez mais frequente nos depararmos com as consideradas “pessoas que tem tudo na vida” se queixando o tempo todo, reclamando de tudo e vivendo dia sim, outro também, xingando a vida e todos e tudo o que estiver por perto. Pessoas chamam de “mi-mi-mi” quando alguém fica muito triste e chora a morte de uma pessoa querida… Todos sabem que a vida sempre acaba e que ninguém vive para sempre. Mas cada vida, todas as vidas, são dignas de respeito e aplausos. Ninguém pede para nascer. Mas depois disso, todos, sem exceções, lutam e se esforçam para viver bem essa oportunidade que Deus nos deu. Nem todos conseguem, mas esses também merecem nosso respeito e nosso reconhecimento!

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