Não sei se é a idade ou a Pandemia, mas esse 2021 parece que corre tipo raio. Lá se foi o primeiro semestre e daqui a pouco vai o segundo, e o Século 21 já rodou mais de 20%. Esses dias me dei conta de que hoje a gente sente mais frio no inverno, do que sentíamos antigamente, não porque o inverno está mais frio. Mas porque estamos mais velhos. Não temos mais aquele gás, nem subimos morro em terceira e nossa lataria já apresenta desgastes, a olhos vistos ou não visíveis, mas tem! O fato é que cada ano que passa parece mais curto, ou mais rápido, como se o minuto passasse a ter apenas 40 ou 45 segundos!
E fazer um balancete dos seis meses de 2021 não nos traz, por enquanto, grandes surpresas. Por outro lado, a certeza mais aceita, graças a Deus, é a de que a Pandemia não vai embora amanhã, nem na semana que vem. É um pouco (mas não muito) tranquilizante notar que boa parte (não todos) dos brasileiros parece que entendeu, finalmente, que uma Pandemia não é, definitivamente, nem parecida com uma “gripezinha”. E que seus efeitos vão andar conosco ainda por alguns anos. E, ainda, que mesmo vacinados, precisaremos de cuidados!
Resta lamentar e sentir saudades de tantos amigos e familiares que estariam aqui, ainda, se tivéssemos encarado isso com seriedade, desde o começo. E, também, se o governo brasileiro tivesse sido tão eficiente e competente como foram os governos da maioria dos países, e isso não exigiria muito esforço, além do que foi feito. Exigiria apenas não tentar negar a Ciência, nem querer ser mais realista que o rei. Se o atual desgoverno brasileiro tivesse feito o que a Ciência – e a maioria dos países – fez, a história seria muito diferente, não há dúvidas.
Para quem não enxerga isso resta apontar para os cerca de 30% da população que ainda – e apesar de muitos erros e grandes besteiras cometidas – acredita cegamente que o atual governo vai…bem! Para esses, o que o despresidente diz, ou acha, é lei! E deve ser seguido cegamente – igual a todo culto a personalidades e a adorações radicais, em conhecidíssimos casos de fanatismo – que levam à cegueira! Imagine, só por um minuto, um presidente exortando, convidando, alertando e até intimando com ênfase para que entenderem a gravidade da situação adotassem todos os cuidados recomendados pela Ciência para enfrentar a Pandemia…
Uma outra consequência boa (que gosto nem de pensar) caso o despresidente tivesse agido assim – é que hoje ele estaria praticamente reeleito, e isso eu não acharia “um bom negócio”! Mas se o Brasil não estivesse no topo do podium do número de óbitos, só isso, com certeza, daria uma popularidade a Bolsonaro e Filhos que eles não vão mais conseguir, nem com milionárias rachadinhas, nem com poderosas milícias! Foi a chance clara de reeleição o que Bolsonaro enterrou, junto com os mais de 500 mil brasileiros. E agora, a inês é morta! Jair virou Já era…Vai apenas penar – e maltratar os brasileiros e o país, por mais um ano e seis meses, infelizmente…
A expectativa para 2022 aumenta, principalmente por conta da eleição do presidente, governadores, senadores e deputados. E será, mais uma vez, um ano também curto, por conta das estrepolias dos nossos desastrados(sem exceções) partidos políticos. Mas eles são apenas, e exatamente, o retrato do país… Torço, rezo e acho que vou fazer até uma promessa, para a próxima eleição: Para que o inteligentíssimo eleitor brasileiro acorde! E vote em quem realmente tem capacidade, potencial, conhecimento, projetos e planos para governar esse país, prestando atenção na maioria da população. E não privilegie camadas, grupos ou segmentos da sociedade.
Aprendemos, em governos do PT, que ter um país onde se possa viver com mais Justiça social e algum conforto – e não no progressivo aperto que estamos vendo surgir, de novo – é muito possível. É totalmente viável. É necessário construir um país que agrade a maioria dos brasileiros. E os políticos sabem, perfeitamente, o que precisa ser feito! Portanto, caberá a nós, eleitores saber escolher pessoas competentes e honestas. E elas existem, por mais que vejamos somente podridão e safadeza, existem, sim, brasileiros corretos e confiáveis!
E muito difícil, no clima em que estamos vivendo no Brasil, tentar ser otimista e procurar ver que as coisas podem – e devem melhorar. Porque estamos cansados de más notícias e de ver as coisas só ficarem pior. Por diversas vezes, nos últimos anos, ficamos surdos de tanto ouvir que “é só fazer” isso ou aquilo que a vida vai melhorar, que tudo voltará a ficar bem…E nunca ficou! E só vai ficar se cada um colocar na cabeça que é preciso que cada um faça a sua parte! E – principalmente – que ninguém, que nenhuma alma sequer pense em acreditar que um presidente, ou um governador, será “o Salvador da Pátria”!
Acredito que essa figura do “Salvador da Pátria” deva, agora, no Brasil, ser definitivamente sepultada, enterrada, moída e incinerada de vez. E que ninguém mais venha com essa história de salvador da pátria, ou de que é fácil fazer o que precisa ser feito. Ou, principalmente, que basta apontar o dedo e a mão, fazendo arminha que a vida vai melhorar, assim da noite para o dia! O brasileiro precisa, também, deixar de ser tolo, incauto, inocente, ingênuo, maria-vai-com- as –outras. E mais ainda, precisa deixar de se achar “boiada caminhando a esmo!” A lamentável escolha da maioria dos brasileiros para conduzir o país, em 2018, não deve ser simplesmente um voto maldado. Deve ser, tomara que seja, uma lição a mais para aprender a não votar em doidos, fanáticos, sonhadores e demagogos, que prometem de tudo, e sabemos bem, não possuem condições de fazer coisa alguma!
Acredito, mesmo, que se os eleitores, nós, a maioria de nós, não escolhermos um bom presidente, este país entrará numa rota – sem retorno – que descambará em grandes tragédias, ou numa hoje improvável, mas não descartável, possibilidade de guerra civil. Isso, principalmente, se se aprofundar ainda mais o fosso que separa privilegiados da sociedade “com o resto” da população! Do jeito como “as coisas andam” não vai demorar muito para os mais ricos entrar em pânico, diante da imensurável diferença de oportunidades, de renda e de possibilidades de “ ser alguém na vida”. E também não vai demorar para que muitos dos excluídos da festa resolvam adotar outra maneira de lutar por direitos iguais…
Quirera Gourmet